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B2b) FISIOLOGIA DA CADEIA TÍMPANO-OSSICULAR

            I) Transmissão (Fig.2bI)o cabo do martelo acompanha os movimentos da MT vibrando e rodando em torno de um eixo que passa do extremo superior do cabo do martelo ao ramo curto da bigorna. Aarticulação incudo-maleolar (entre a bigorna e o martelo) é do tipo sinovial selar fixa (de movimentos limitados): a bigorna e martelo funcionam como uma estrutura única e a bigorna acompanha os movimentos do martelo rodando e vibrando no sentido látero-medial. A articulação incudo-estapedial (entre a bigorna e o estribo) é do tipo sinovial esferóide (existe um certo deslizamento acompanhando a vibração): o estribo vibra em direção à janela oval. A articulação estapédio-vestibular é do tipo fibrosa (ligamento anular) e sinovial (a platina está encaixada na janela oval): o estribo vibra com movimentos de pistão, rotação e deslizamento na janela oval transmitindo a vibração para a perilinfa do vestíbulo. O modelo de vibração da platina depende da intensidade do som: para sons moderados de até 70 dB (com os músculos da OM relaxados) o modo de vibração é do tipo pistão existindo uma rotação de eixo súpero-inferior com uma oscilação maior da extremidade anterior da platina . Para sons intensos maiores que 70 dB (com os músculos contraídos) o modelo é de vibração látero-lateral com uma rotação de eixo antero-posterior.

Vibração da cadeia ossicular

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A: Vibração da platina para intensidades moderadas  B: Vibração da platina para altas intensidades

Figura 2bI – Fisiologia da cadeia tímpano-ossicular - vibração

            II) Amplificação (Fig.2bII)A cadeia tímpano-ossicular além de transmitir o som age como um transformador de energia aumentando a pressão sonora que atua na janela oval através de dois mecanismos:

                 - Hidráulico: a área da MT (55mm◦) é maior que a área da platina do estribo (3,2mm◦) concentrando a energia sonora medida por área e aumentando a pressão sonora em 17 vezes.

                 - Mecânico de alavanca: o martelo e a bigorna vibram conjuntamente e como o cabo do martelo é mais longo que o ramo longo da bigorna existe um efeito de alavanca aumentando em 1,3 vezes a pressão sonora que chega à janela oval.

                 Os efeitos hidráulicos e de alavanca conjuntamente aumentam a pressão sonora de 22 vezes (aproximadamente 30 dB).

                         

Eixo da vibração e diferenças de áreas e comprim.  Amplificação sonora por alavanca e hidráulica

Figura 2bII – Fisiologia da cadeia tímpano-ossicular – amplificação

            III) Impedância da orelha média (Fig.2bIII)pode-se considerar a impedância de um sistema de transmissão de energia como a dificuldade estrutural do sistema em transmitir essa energia. Para a orelha média existem 3 elementos que dificultam essa transmissão: a massa, a rigidez e atrito. Se houver líquido na OM ao invés de ar como nas otites médias ou alteração na vibração da cadeia ossicular como no otosclerose ou timpanosclerose haverá aumento da impedância (aumento na dificuldade do sistema em transmitir e amplificar o som). A impedância da OM depende da freqüência do som incidente e é regida pela fórmula abaixo.

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Massa, rigidez e atritos no sistema tímpano-ossicular........Relação da impedância com a freqüência do som

Figura 2bII – Fisiologia da cadeia tímpano-ossicular – impedância da orelha média

                         Observando a fórmula acima se verifica que a relação massa-frequência é direta e a rigidez-frequência é inversa. Portanto se houver aumento da massa (otites médias por exemplo) a impedância aumenta para freqüências altas (maior perda de audição para altas freqüências). Se houver aumento da rigidez (otosclerose por exemplo) a impedância aumenta para baixas freqüências (maior perda de audição para freqüências baixas).

 

 

 

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